sábado, 22 de março de 2014

Descoberta estrela 1300 vezes maior que o Sol

Astrônomos estão surpresos com a descoberta de uma estrela amarela hipergigante. A estrela, chamada de HR 5171 A tem cerca de 1.300 vezes o diâmetro do nosso Sol e é a maior estrela amarela já conhecida – fazendo parte do grupo das dez maiores estrelas conhecidas até hoje.
A estrela que faz parte de um sistema estelar duplo é um milhão de vezes mais brilhante que o Sol. Sua segunda componente é tão próxima que ambas as estrelas estão em contato.


Concepção artística: ESO

Leia mais informações sobre a estrela monstruosa e saiba como os astrônomos a descobriram clicando em "leia mais".



HR 5171 e sua coirmã foi encontrada com a ajuda do interferômetro do VLT (Very Large Telescope) do ESO (European Souther Observatory) que revolou a maior estrela amarela já encontrada.

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O que mais surpreende os cientistas é que em durante sessenta anos de observações comprova-se que este objeto muda rapidamente. Assim, as imagens que estamos formando da estrela são referentes a uma fase muito breve da sua vida.

A monstruosa estrela, além do seu brilho infinitamente superior ao Sol, também é 50% maior que a famosa supergigante vermelha Betelgeuse. Veja matéria da USP sobre o tamanho dos planetas e estrelas clicando AQUI.

“As novas observações mostraram também que esta estrela tem uma companheira binária muito próxima, o que foi uma verdadeira surpresa”, diz Chesneau. “As duas estrelas estão tão próximas que se tocam e todo o sistema parece um amendoim gigantesco”.
 

HR 5171 A: rara e monstruosa

Segundo o European Souther Observatory (ESO), os astrônomos usaram uma técnica chamada interferometria para combinar a radiação coletada pelos vários telescópios individuais, criando assim um telescópio virtual gigante de 140 metros de diâmetro. Os novos resultados levaram a equipe a verificar cuidadosamente observações anteriores desta estrela, num período que abrange mais de sessenta anos, no intuito de estudar o seu comportamento no passado.

Imagem do VLT do ESO (European Souther Observatory)

As estrelas hipergigantes amarelas são muito raras, apenas se conhecendo cerca de uma dúzia na nossa Galáxia - o melhor exemplo de uma estrela deste tipo é a Rho Cassiopeiae. Estes objetos, que estão entre as maiores e mais brilhantes estrelas conhecidas, encontram-se numa fase das suas vidas em que são instáveis e por isso mudam muito rapidamente. Devido a esta instabilidade, as hipergigantes amarelas expelem material para o exterior, formando uma atmosfera grande e extensa em torno da estrela.

Apesar da enorme distância a que se encontra da Terra (quase 12000 anos-luz), esta estrela ainda pode ser vista a olho nu por pessoas com excelente visão. Descobriu-se que a HR 5171 A tem vindo a tornar-se maior nos últimos 40 anos, arrefecendo à medida que cresce. A evolução desta estrela está a ser de fato observada ao vivo. Apenas algumas estrelas são observadas nesta fase muito breve das suas vidas, altura em que sofrem variações dramáticas de temperatura, originadas pela sua rápida evolução.
 

Esta nova descoberta põe em destaque a importância de estudar estas estrelas hipergigantes enormes e amarelas de vida curta, podendo ajudar também a compreender melhor o processo de evolução das estrelas de grande massa, de modo geral.

Fonte: ESO European Souther Observatory http://www.eso.org